13 de jan. de 2014

Aurora Melancólica

  Aurora sentia frio, frio na alma [...]


Queria poder controlar o que sinto, o que vivo, o que penso, mas em meio a arrepios eles vêm e me consomem, os meus pensares que deveriam morrer. Escrevi na lápide que nunca mais iria lembrar, nem se quer imaginar como poderia vir a ser as coisas caso meus planos tivessem dado certo, mas eu falhei, mais uma vez. Não restou escolha e como zumbis ressurgem, parecendo que nunca morreram, esses sentimentos. Deveriam ficar inativos e esquecidos, mas não, você não deixa ou deixou demais para que isso ocorresse. São palavras, são rotinas, são coisas que eu nunca mais queria repetir, mas o mundo me força e eu preciso repetir. Por que devemos fazer os outros felizes? essa responsabilidade é tão grande, é tudo tão subjetivo, e falando em subjetividade vc não queria conhecer a minha, não mais. Você ronda meus neurônios como um fantasma, e eu odeio isso. Somos todos idiotas, presos em um mundo idiota, num corpo idiota, numa vida idiota, ou não? Quero descordar disso, mas nossa felicidade é medida por nossa idiotice. Eu nunca mais queria apertar o play, vc deveria ser uma pausa eterna. Vou exclui o arquivo que vc representa. Vou excluir os pressentimentos e mandar tudo ir a merda pela projeção que eu criei. Sim farei isso. Serei grata apenas pelas palavras e pelos sentimentos que pude criar com esse jogo de sílabas, vc é um jogo de estratégia e eu sou um quebra cabeça de um milhão de peças. A tua ida foi como ter pegado tuberculose, tuberculose era uma doença que fazia muitos escritores morrerem antes, e eu, assim como eles, estou morrendo, lentamente. Em cada tosse te engoli de volta, não pude te ver escarrado em um pano qualquer, não pude te ver em sobras, em pedaços, em coisas desprezíveis. A minha cólera revirou dentro de mim, senti meu estômago vazio e não me permitia dar um sorriso se quer. A sua falsa alegria me corrói, e tudo as vezes parece alucinações vindas de uma explosão de lsd. Caro amigo, convido-o a retirar-se e que nunca mais volte. Não nesta vida.

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