29 de abr. de 2014

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"...Não precisamos mais de chuva: eu me molho com a água que escorre das suas lágrimas, todas as noites. E o sal que dissolve nossas mais doces lembranças é o mesmo que resolve se enfiar em algum canto alegre dos seus olhos. E ali pude sonhar acordado. E ali pude sorrir e, ao sorrir, não expus apenas trinta e dois dentes. Abri, quase trazendo o sol de um verão que não existe mais, trezentos sóis e um sorriso com o peso da incerteza. O sono foi profundo. O sonho também deve ter sido. Nunca saberemos. A única certeza é que naquela manhã ninguém mais disse bom-dia. E que seus olhos negros brilharam como há muito não brilhavam. E que os poemas, ficaram sem palavras. Só há manchas no papel. E que onde estava escrito saudade, agora há ausência..."
Antes de você abrir os olhos.
[Eu me chamo Antônio]

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